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Legislativo

Câmara de Caxias aprova moção de repúdio a manifestação do ex-presidente Lula

Sessão desta quinta-feira teve debate acirrado e precisou ser suspensa após Denise Pessôa cobrar falta de decoro de Maurício Marcon

Colunista - Redação

Redação

redacao@serraempauta.com
12.05.2022 - 20h18min

Bianca Prezzi/Divulgação
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A Câmara de Caxias aprovou, por maioria de votos (11x7), a moção de repúdio a uma manifestação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A matéria em regime de urgência gerou forte discussão no plenário durante a sessão ordinária desta quinta-feira (12). Em um pronunciamento, Lula em tom de crítica ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) afirmou: "Ele não gosta de gente, ele gosta de policial". Para os autores da moção, Lula descredibilizou todos os policiais do país. No dia seguinte, o ex-presidente pediu desculpas aos policiais: "Eu queria dizer que o Bolsonaro só gosta de milícia, ele não gosta de gente".

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O documento foi articulado pelo vereador Alexandre Bortoluz (PP) e contou com a assinatura de mais oito parlamentares: Adriano Bressan (PTB), Gladis Frizzo (MDB), Maurício Marcon (Podemos), Maurício Scalco (Novo), Olmir Cadore (PSDB), Ricardo Daneluz (PDT), Sandro Fantinel (Patriota) e Gilfredo De Camillis (PSB), do mesmo partido de Geraldo Alckmin, pré-candidato a vice na chapa com Lula.

Durante a apreciação do texto, o clima no plenário ficou acirrado e diversos parlamentares pediram a palavra para expor sua opinião favorável ou contrária ao documento.

A presidente da Casa, vereadora Denise Pessôa (PT), pediu questão de ordem, seguindo o regimento interno, quando Marcon chamou Lula de bandido. A petista lembrou que as condenações contra o ex-presidente foram anuladas. Contrariado, o parlamentar do Podemos questionou a falta de liberdade de expressão: "Então tu me coloca no Conselho de Ética aqui da Casa e pede minha suspensão", complementou Marcon.

Denise cobrou o decoro parlamentar. Marcon respondeu: "Se tu acha que eu não estou mantendo, tu vai lá na (Comissão de) Ética e abre o processo".

A petista chamou a atenção de Marcon a respeito do cumprimento da forma de tratamento: "Tu, não. Tu, não, senhor vereador. Presidenta da Câmara. Então o senhor tenha respeito".

O vereador do Podemos debochou da cobrança: "Nossa! Presidenta da Câmara", aos gritos.

A presidente do Legislativo suspendeu a sessão.

A discussão entre os dois seguiu com a sessão suspensa. Após cerca de três minutos a plenária foi retomada em um tom mais calmo.

Descontentes com o tom politiqueiro e eleitoral da moção, os vereadores Felipe Gremelmaier (MDB), Marisol Santos e Tatiane Frizzo, ambas do PSDB, deixaram o plenário e não votaram a matéria. Rafael Bueno (PDT), que estava em sessão remota, disse que iria se abster da votação.

O que disseram os vereadores

"Quero dizer que a moção é um instrumento sério. Esta Casa é uma Casa séria e deve ser respeitada. O parlamento é o lugar que respeita e tem a representatividade da maior parte da comunidade. Agora, ficar usando isso daqui para fazer disputa eleitoral é diminuir o papel dos vereadores e das vereadoras e da Casa Legislativa. Nós temos vários problemas e aqui não é quem vota contra, quem vota a favor é contra policial." Denise Pessôa (PT)

"Dizer que eu não concordo com a fala infeliz do ex-presidente, não posso concordar, até porque tenho no meu círculo de amigos e na minha família muitos policiais, e eu tenho muita admiração. Qualquer moção que viesse no ano passado de alguma fala do presidente Bolsonaro eu votaria contra também, e ele tem muitas falas: que a vacina virava jacaré; que quem entrava na pilha da vacina era um idiota, com mais de 230 mil mortes na época." José Dambrós (PSB)

"Estou aqui envergonhado. Pessoas que vieram lá do bairro para construir Caxias do Sul, pessoas que saíram do bairro pensando em fazer melhorias para o povo; pensando em desafogar a UPA; pensando no buraco lá, naqueles buracos; nas calçadas cheia de grama tudo, que as pessoas não podem caminhar; sem vaga; e os vereadores vêm fazer política dentro da Câmara de Vereadores. Isso é uma vergonha, gente! Nós temos que discutir os nossos problemas daqui, pessoal. Pelo amor de Deus, vão para os bairros." Clóvis Xuxa (PTB)

"Vocês são acostumados de vir com falcatrua de Comissão de Ética quando não aguentam aqui o debate. A Casa é política. Eu fico até a meia-noite aqui, vereador Marcon. Até a meia-noite. Se for para dar soco na mesa, vamos dar. Fico até a meia-noite aqui, tem espaço para tudo. Tem espaço aqui para defender a questão política e tem espaço aqui para defender a comunidade caxiense." Adriano Bressan (PTB)

"Eu acho que policial é muito mais gente do que muita gente que acha que eles não são gente. Então parabéns pela moção. Quem é de bem, Bortola, tem lado: o lado da polícia, o lado da seriedade. (Esgotado o tempo regimental.) Quem é meio desconfiado, daqui a pouco fica do lado da organização criminosa." Maurício Marcon (Podemos)

"Enquanto eu estiver aqui, nesta Casa, não vai ter nenhum político que vai fazer discurso falando mal de policial. Eu não vou permitir! Não vou permitir! É um absurdo." Alexandre Bortoluz (PP)

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