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'As vivandeiras de quartel'

Antônio Braga: 'E ditadura é gêmea da repressão. E repressão é treva'.

Colunista - Redação

Redação

redacao@serraempauta.com
16.01.2023 - 07h05min

Divulgação
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A avessa interpretação sobre a aparente inércia das Forças Armadas pelas "vivandeiras de quartel" fez com que eclodisse, no dia 8 de janeiro, a tentativa de golpe, à força, contra os Poderes da República. No metaverso dessas pessoas, termo em voga para aquilo que não é físico ou real, os acampamentos em frente aos quartéis eram sinal inequívoco para o exercício ilusório do propalado artigo 142 da CF/88.

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Cunhada no regime militar, "vivandeiras de quartel" era uma expressão informal para definir a ideologia daquelas pessoas que apoiavam e defendiam a ditadura para suas ações na área civil, contando com a cobertura dos quartéis.

Eis que, agora, a dita inação dos quartéis na ótica golpista, fazendo silêncio ao seu "grito de intervenção", levou essas pessoas, ditas do bem, a radicalizar e a promover a absurda "tomada" dos símbolos da República, ocupando e depredando as suas dependências. A quebradeira e a escatologia deixadas lá dão a dimensão do desrespeito ao império das normas que regem o País.

A história nos ensina que todo o golpe civil-militar nasceu de mentiras, hoje chamadas de "fake news". Foi assim em 1889 em que Benjamin Constant ludibriou o marechal Deodoro; assim, também, em 1930, Getúlio Vargas alegou fraude nas eleições e, em seguida, em 1937, sob pretensa ação comunista, escancarou a ditadura; esse mesmo "perigo vermelho" foi, em 1964, usado para duas décadas de trevas aos direitos civis.

O ovo da serpente está aí em pleno 2023. As "vivandeiras de quartel" estão a chocá-lo. Ou a força das instituições democráticas as neutralizam ou a serpente do fascismo está para renascer tão vivaz e perene como nunca antes. Não é tempo de neutralidade!

Enfim, no caso de intervenção armada aos moldes do desejo dos radicais não há que se falar em artigo 142, em Constituição, em legalidade, em legitimidade. Isso é golpe. Isso é crime. Isso é ditadura. E ditadura é gêmea da repressão. E repressão é treva. Deste modo, em caso de golpe, as Forças Armadas estariam abandonando os princípios constitucionais para dar cobertura às "vivandeiras de quartel", "convidadas" que foram a se afumentar pelos próprios militares quando da redemocratização do País.

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