Prefeitura de Caxias entregou nesta sexta-feira, de forma oficial, as tendas que serão usadas pelos vendedores
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22.04.2022 - 17h42min
Depois de um ano de negociações, o governo do prefeito Adiló Didomenico (PSDB) entregou nesta sexta-feira (22), de forma oficial, as tendas que serão usadas pelos ambulantes para exposição e venda de produtos. Os vendedores pleiteavam há oito anos junto à Prefeitura uma alternativa que viabilizasse a venda das mercadorias sem que houvesse a ocupação dos passeios públicos do Centro de Caxias do Sul.
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Inicialmente, serão alocados 82 ambulantes, a maioria imigrantes senegaleses, em espaços já delimitados nas calçadas das ruas Dr. Montaury e Marechal Floriano, nas quadras entre ruas Sinimbu e Pinheiro Machado. Os espaços também serão ocupados por ambulantes de outras nacionalidades, incluindo vendedores de bilhetes de loteria, atualmente atuando em esquinas e em frente de estabelecimentos. A aquisição das tendas foi possível com apoio financeiro do Banco da Família. Com o cadastramento de mais ambulantes e pagamento de uma taxa anual de R$ 116 para obtenção do alvará, a expectativa é que aumente para perto de 100, número de tendas fabricadas.
A ocupação efetiva se dará na primeira semana de maio com o encerramento do Ramadã, período sagrado seguido por muçulmanos, caso dos senegaleses, e que tem o jejum com prática obrigatória, com refeições somente à noite. Neste ano, o Ramadã é cumprido entre os dias 2 de abril e 2 de maio. Demais ambulantes, que não seguem o período, poderão iniciar a ocupação após sorteio do espaço de cada um.
Segundo o diretor de Fiscalização do Urbanismo, Rodrigo Lazarotto, principal articulador da proposta junto aos ambulantes, a localização de cada vendedor será definida por meio de sorterio, que deverá ser realizado na próxima segunda (25). A ocupação dos espaços estará liberada a partir do sorteio.
Líder dos ambulantes senegaleses e que esteve à frente das negociações com a Prefeitura, Papis Doye afirmou que o momento era de agradecimento pelo atendimento de antiga demanda.
"Gestões passadas não tiveram a sensibilidade de resolver o problema, preferiam o conflito para nos tirar das calçadas. Esta administração fez o contrário: dialogou, gerou confiança e conseguimos avançar, ainda que não seja a solução ideal. Mas muito melhor do que se tinha até agora", relatou.
O senegalês entende que este primeiro passo cria as condições para o objetivo final, que é de ter um local fechado que abrigue a todos os ambulantes.
"Mas isto é para o futuro. Agora, precisamos comemorar e agradecer esta conquista", registrou.
Na mesma linha de Papis Doye, Adiló enalteceu o trabalho das secretarias municipais e entidades envolvidas que conseguiram construir uma solução temporária, mas que atende demandas atuais.
"Não vamos agradar a todos, pois sempre haverá quem se manifeste contra as medidas adotadas. Mas precisamos da compreensão de todos de que se trata de um início que culminará em alternativa definitiva no prazo de 12 a 18 meses, com a criação de um complexo para abrigar os ambulantes", assinalou.
O prefeito lembrou que a cidade foi construída, no passado, por imigrantes de diferentes origens, que a tornaram a potência que é hoje, reconhecida nacionalmente por sua economia diversificada e desenvolvimento social. Na opinião de Adiló, neste momento, são os imigrantes vindos do continente africano e de países latinos que estão contribuindo para a continuidade do crescimento da cidade.
"Vocês merecem a atenção do poder público e da comunidade. Precisam de espaço para o trabalho, o que permite liberar as calçadas para os pedestres", observou.
Ao destacar a participação do Ministério Público Federal na construção da solução, o prefeito acentuou que a realidade agora construída teve como marcas a confiança e o respeito.
A estratégia foi elaborada com a participação das secretarias do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego; Segurança Pública e Proteção Social; e Urbanismo, e da Fundação de Assistência Social (FAS). O ato desta sexta foi acompanhado pelos secretários Elvio Gianni, Paulo Roberto da Rosa, João Uez e Katiane Boschetti da Silveira, representantes das pastas, respectivamente.
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