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A guerra de um só lado

Antônio Braga: Não é exclusividade da guerra da Rússia e da Ucrânia

Colunista - Redação

Redação

redacao@serraempauta.com
01.08.2022 - 08h28min

Adobe Stock/Divulgação
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A situação é intrigante. Intranquilizadora! As informações sobre os fatos chegam pela metade. Estamos diante de uma situação em que o espaço está aberto à idiotização de conceitos, de verdades, porta livre à ditadura das redes sociais. O resultado tem sido a segmentação de ideias imbecis. O exemplo mais gritante deste novo tempo é o conflito entre a Rússia e a Ucrânia em que, notadamente, as reportagens televisivas são produzidas em Londres, em Nova Iorque, em Roma, em Washington. De Moscou, nada; de Kiev, menos ainda. Do front, daí é que não vem nada mesmo.

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O jornalismo de outrora cedeu lugar à modernidade imbecilizante. O repórter está transformado em agente de gabinete ou "home office", como dizem em inglês para justificar o "enchimento de linguiça". Essa expressão, em jargão próprio, significa conteúdo vazio. É algo para preencher espaço. Isso não significa, todavia, que os veículos estejam mancomunados com movimentos sinistros de mudança mundial. Não! Eles perderam espaço para coberturas épicas, inéditas, exclusivas, por falta de recursos. É um novo templo da publicidade!

Neste vácuo acaba por entrar a "democracia" das redes sociais em que todo mundo entende de tudo. Em muitos posts os "agentes", com conhecimento sofrível sobre a nossa gramática, produzem "ricas" teses pró ou contra Vladimir ou Volodymyr. Putin ou Zelensky!

A verdade é que o mundo está consumindo a ideia de que o conflito tem só um lado. Que só a Rússia ataca, bombardeia. Que a Ucrânia, frágil, não contra-ataca. Esse é um conceito que sai para o mundo de parte da OTAN, que busca a unidade mundial em que o poderio econômico está centrado no armamentismo. E sem outro modo de buscar o outro lado do conflito, os veículos de imprensa acabam por assumir a condição de "enchedores de linguiça".

Houve um tempo, não distante, em que os meios de imprensa designavam repórteres ao perigo para atender a verdade ao público. As fontes atendiam por Associeted Press, United Press International (UPI), France Press, Reuters (inglesa), Tass (URSS). Esses pesos todos, hoje, porém, foram substituídos por muitos caifás. Os caifás vão para os seus domínios nas redes mundiais e passam a defecar teses sobre a "guerra". E o pior é que a patuleia dá crédito a esse tipo de coisa.

Não, não! Isso não é exclusividade da guerra da Rússia e da Ucrânia. Isso está acontecendo em todas as aldeias, incluindo as nossas próximas. E, assim, sem imprensa autônoma, a sociedade acaba por aceitar uma realidade na qual leva vantagem aquele que acena com promessas de prosperidade econômica e de salvação da alma. A humanidade precisa recobrar o espaço do rádio, da tevê, do jornal, da revista.

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