"A gente quer mudar a política", diz Marcelo Slaviero

Taynara Cristiane dos Santos/Divulgação

O Partido Novo apresenta pela primeira vez um candidato à prefeitura de Caxias do Sul. O empresário Marcelo Slaviero, 46 anos, primeiro coordenador do núcleo da sigla na cidade e responsável pelo recrutamento de candidatos para o processo seletivo eleitoral, é o candidato a prefeito. A “ficha caiu”, relata, em dezembro do ano passado, quando restou sozinho no etapa de seleção depois das desistências dos dois finalistas.

Para o empresário, a campanha começou a ganhar forma a partir da montagem do plano de governo – que o Novo chama de plano de trabalho – que contou com a participação de mais de 100 pessoas.

– Entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020 comecei a me sentir abraçado e ver que não estava sozinho, que estava representando muitas pessoas.

Confira a entrevista completa aqui.

Em chapa pura do partido, o professor universitário, Cesar Bernardi é o candidato a vice-prefeito. Ele também estreia na política.

O candidato do Novo ressalta que a mudança da política defendida pelos brasileiros passa pela própria política.

– Negar a política é uma idiotice. Se a gente quer mudar a forma de como a política é feita, tem que estar dentro dela. Meu propósito é mudar o país para que meus filhos possam viver mais livres, mais simples, mais seguros, em um país que valorize a família e o trabalho.

Slaviero destaca também uma característica do Novo: o poder de pertencimento. Segundo ele, todos os filiados contribuem com R$ 30 por mês, e seus votos dentro da sigla têm o mesmo peso do voto do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, ou o do deputado federal pelo RS, Marcel van Hatten, expoentes da legenda. Assim, qualquer filiado pode, por exemplo, impugnar candidaturas, filiações e chapas e exigir votação nominal, entre outras.

De acordo com o candidato, o Novo tem um posicionamento independente de governos de direita ou de esquerda. Como exemplos recentes, cita duas pautas estaduais: os deputados do Novo se manifestaram contrários à proposta de reforma tributária apresentada pelo governador Eduardo Leite. Já na discussão sobre a reforma administrativa do Estado, o Novo defendeu a proposta.

– O governo de esquerda ou de direita que apresentar uma proposta dentro daquilo que a gente acredita como correto vai ter nosso apoio, e tudo o que a gente entender que está errado, vamos votar contra. A gente tem uma posição autônoma e independente.

Para se aproximar dos eleitores caxienses, Slaviero diz que o Novo pretende se apropriar das experiências bem sucedidas do partido nas redes sociais para apresentar suas propostas.
Por outro lado, Slaviero anuncia que vai fazer a campanha do ‘corpo a corpo’ para desconstruir o discurso que a sigla é elitista.

– O corpo a corpo é importante. Nosso discurso as vezes parece elitizado, mas o discurso realmente ajuda os mais pobres.

 

Propostas prioritárias

Gestão: “Defendemos um governo simples, fácil, dinâmico e digital. As pessoas não podem ficar indo à prefeitura para protocolar documento. A pandemia tem mostrado que dá para ser mais simples, fácil. A gente tem que tratar o cidadão como cliente, tem que atender as expectativas dos clientes. As pessoas têm que se sentir atendidas pelo serviço público”.

Regularização fundiária: “Vamos criar uma secretaria especial de regularização fundiária. As pessoas estão morando no mesmo lugar há 30, 40, 50 anos, o equipamento público já chegou, tem rua, água, luz, esgoto tratado, mas o terreno não foi regularizado. É inadmissível a estimativa de que 60% dos imóveis estão irregulares em Caxias”.

Educação: “A gente precisa fazer uma grande revolução na educação. Todos os candidatos do Novo decidiram apoiar investimento forte na educação básica e, em especial, na educação infantil. Temos 3 mil crianças aguardando vaga na educação infantil. Vamos investir muito pesado nisso”.

 

Relação com os governos anteriores

Sartori e Alceu: “O maior defeito era a forma de se relacionar com o Legislativo. O Sartori que criou essas grandes coligações. O Elói Frizzo (do PSB, atual vice-prefeito e candidato a vice de Carlos Búrigo, do MDB) conseguiu estar em todos os governos, só não do Daniel Guerra. Tiveram obras interessantes de abastecimento de água, viárias e de asfaltamento do interior”.

Daniel Guerra: “A população deu uma grande oportunidade de mudar o conceito dos conchavos. Mas buscou conflito a todo o momento, se isolou e não resolveu os problemas. Tem mérito de reduzir o número de CCs”.

Flávio Cassina: “Falta legitimidade. Tem uma coisa boa: conseguiu diminuiu o conflito e a judicialização. O negativo é que voltou o loteamento de cargos. Parece que não entenderam o recado dado em 2016. O prefeito Cassina é um homem de palavra, já o vice prometeu não concorrer e descumpriu”.

 

Calendário

5/10 Adiló Didomenico e Antonio Feldmann

6/10 Carlos Búrigo e Edson Néspolo 

Hoje Júlio Freitas e Marcelo Slaviero 

8/10 Nelson D’Arrigo e Pepe Vargas 

9/10 Renato Nunes, Renato Toigo e Vinicius Ribeiro

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