"A era dos combustíveis a R$ 4 acabou", disse o vice-presidente da República em Bento Gonçalves

André Tajes/Serra em Pauta

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), palestrou para um grupo de lideranças empresariais e políticas. O evento ocorreu na tarde deste sábado (16), no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves, após a visita a ExpoBento e Fenavinho.

A palestra de Mourão passou por diversos temas como economia e política. Para Mourão, o aumento do preço dos combustíveis é resultado da guerra entre a Rússia e a Croácia, e apresenta reflexo no mundo.

"A era dos combustíveis a R$ 4 acabou. Ela não vai voltar. É uma situação que todos os governos estão enfrentando", disse o vice-presidente, citando como exemplo a Espanha e os Estados Unidos.

Na oportunidade, Mourão defendeu a parceria comercial com a China.

"A China é esse motor e nós temos que entender com pragmatismo e flexibilidade. Nossos parâmetros e valores se baseiam na democracia, no capitalismo e no estado de direito. Estamos alinhados com os Estados Unidos, mas a China é quem compra nossos produtos? É. Então temos que ter essa ligação comercial".

Ele também defendeu as ações do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia da covid-19, com a compra das vacinas; a distribuição de profissionais da saúde para áreas carentes; na economia, a liberação de linhas de créditos para as empresas e o envio de R$ 60 bilhões para os estados e municípios. Na área da assistência, lembrou do pagamento do auxílio emergencial.

Mourão disse ainda que o Congresso Nacional administra o orçamento da União com as emendas parlamentares impositivas, de bancada e por, último, as emendas de relator no valor de R$ 16 milhões no ano de 2022.

O vice-presidente também defendeu a necessidade de uma nova Reforma da Previdência.

"Foi uma reforma tímida. Vai ter que haver outra reforma brevemente", disse.

Também abordou temas como a polarização política, a necessidade do equilíbrio fiscal, a redução de custos por meio dos serviços digitais e a reforma tributária.

"Nosso sistema tributário é caótico. É complicado, custa caro e tem uma sonegação (de impostos) de em torno de R$ 400 bilhões por ano".

Após a palestra de cerca de uma hora, Mourão concedeu uma coletiva de imprensa. Confira os principais trechos.

PEC dos combustíveis

"O cálculo está a cargo dos economistas. É uma reforma tributária informal por que quando se reduz o ICMS está reduzindo tributos, tem estado que cobra mais, estado que cobra menos, consequentemente vai ter uma queda no preço dos combustíveis".

Pré-candidatura ao Senado

"Minha pré-candidatura é no intuito de aproveitar a minha experiência e continuar dentro do Congresso o trabalho no sentido de fazer avançar as reformas que o país precisa para gente sair da armadilha da renda média que estamos aprisionados".

Urna eletrônica

"Todo o processo que tem uso de equipamentos que estão ligados a rede mundial de computadores ele tem que ter segurança e tem que evoluir nessa segurança. Cada vez mais os hackers buscam atacar esse tipo de sistema. Há uma discussão muito mal conduzida no ano passado quando o anseio era que ao digitar o voto na urna esse voto saísse impresso e você conferisse, você teria uma auditoria daquilo que você fez e depositava numa urna ao lado. Essa discussão está meio bizantina, mas as providências que vêm sendo tomadas pelo conjunto das instituições vão dar garantia a esse processo (eleitoral)".

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